quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Placa Tradutora – Lawrence Flores Pereira e Christian Schwartz no Litercultura 2013

“A tradução é uma atividade prática”. Assim afirma Mario Helio, mediador da oitava sessão do Litercultura, em 18 de agosto de 2013. Menciona o trabalho dos dois tradutores convidados, Lawrence Flores Pereira, que se dedica a autores clássicos, e Christian Schwartz, cuja produção é com autores contemporâneos, e lança a pergunta: o que é um tradutor?

Flores diz que sentia vontade de incorporar a poesia através do idioma, e completa: “traduzindo é o melhor jeito de se aprender outra língua”. Schwartz responde que “o tradutor é um tipo de escritor”, mas ao invés de criar, recria.

O mediador questiona o que dominar uma língua, ao que Lawrence fala sobre tonalidades e nuances de um idioma, percebidos com a prática, além da pura tradução palavra-a-palavra. Helio pergunta se todo tradutor deve falar a língua a ser interpretada, e para Schwartz, “domínio da língua estrangeira é relativo”, pois “há uma separação entre fluência oral e domínio [do idioma] para tradução”.

Parte deste domínio se dá no conhecimento do significado da palavra no idioma original, conforme Christian. “A tradução é fácil, há questão cultural mais do que linguística”. Ele exemplifica: no Brasil, a refeição é nomeada de acordo com o horário, enquanto nos Estados Unidos depende do alimento; o ‘dinner’ deste, se interpretado por aqui unicamente como ‘jantar’, pode ser equivocado, pois indica uma alimentação ‘pesada’, possível de ser posta a mesa ao meio-dia.


De acordo com Lawrence Flores, “o tradutor é uma placa extremamente sensível que recebe esses significados”. Da descoberta de nuances, para escrever não uma tradução literal, mas adequada a cultura do idioma para o qual se interpreta o original, é feita esta escrita peculiar chamada tradução.

Comprometimento com a Narração – Luís Henrique Pellanda e Sidney Rocha no Litercultura 2013

Romance é o gênero mais comum na literatura brasileira contemporânea – ou assim visto. É uma impressão possível, a partir do que Rogério Pereira, diretor da Biblioteca Pública do Paraná e editor do site de crônicas Vida Breve, mediador da sétima sessão do Litercultura 2013, comenta – “há uma pressão para o romance”.

“O romance é algo esperado”, responde Sidney Rocha, um dos convidados. Ele comenta que é como se o escritor só ‘amadurecesse’ após ter um romance publicado, e compara, brincando, três autores: o cronista é um girino, o contista é um sapo e o romancista é um sapão. “Ainda temos uma visão elitista da literatura”, afirma.

“Mas por que me perguntam isso? Fico imaginando se perguntam ao romancista ‘você vai escrever um conto’ ?”, responde Luís Henrique Pellanda,  outro convidado daquela sessão. Ele diz que essa questão de gêneros não existe para o leitor, como se este fosse atrás da produção de determinado autor, não necessariamente de um gênero. Inclusive, contando um pouco sobre o contato com os leitores, explica que “qualquer conversa com o leitor põe em terra qualquer teoria sobre crônica”. Rocha emenda: “No Brasil é uma pena que o prazer da leitura tenha sido contaminado por essas classificações” .

O mediador questiona se os convidados escolheram se tornarem escritores. Rocha responde que trabalhou como auxiliar de tipógrafo quando criança, e o lidar com a máquina “me carregou para esse meio”. Pellanda conta que “nunca foi uma escolha”, e sim algo gradativo, pois sempre gostou de ler, e inclusive trabalhou como jornalista devido a isso.

Rogério comenta sobre uma ingenuidade em relação aos gêneros, como se houvesse um que fosse “mais fácil de escrever”. “O que importa é o comprometimento do autor” – responde Pellanda. É mais fácil escrever um conto do que um romance, mas depende do tamanho, ele diz. “Quem participa desses processos tende a romantizar”.  “É necessário que o autor tenha comprometimento na arte de narrar”, continua Sidney, para quem não há técnica mais ou menos fácil.


Rogério Pereira pergunta a Sidney Rocha como é o processo de escrita, ao que ele responde “o romance vem desintencionalmente para mim, nem sempre sei que [o texto que começo a escrever] é romance”. Luís Henrique Pellanda comenta sobre a diferença ao escrever conto e crônica: naquele, nem sempre a narração é em primeira pessoa, existe uma personagem, e há um tom ficcional maior do que na crônica; que, por sua vez, “sou eu como narrador, me expondo pessoalmente”, escrita a partir de algo que ele presenciou ou viveu. Entre relatos ficcionais ou oriundos da observação do cotidiano, independente da classificação, lapida-se a arte de narrar e mexer com o leitor – em referência a brincadeira de um dos convidados, uma escrita tanto de girinos, sapinhos e sapões. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Palavras, Palavrinhas e Palavrões – Silio Boccanera e Ana Maria Machado no Litercultura 2013


Ministério da Verdade. Inimigos do momento. Big Brother – não o televisivo, mas o original do livro 1984. E um termo chave: novilíngua. Citando o livro de George Orwell, Silio Boccanera iniciou a sexta sessão do Litercultura, na Sociedade Garibaldi, na noite de 17 de agosto de 2013. “[Há] distorção de palavras para disfarçar a realidade”, alertando que isso ocorre no mundo fora do livro- o nosso.

Rememora noticiários e seus termos.  “Técnica ampliada de interrogatório, ou seja, tortura. O ex-presidente dos Estados Unidos diz que o ataque ao Irã foi uma retaliação antecipada.” Ao discorrer sobre o quanto expressões e palavras mascaram situações, seu tom de voz pode soar irônico; impressão logo desmentida, se aproxima da indignação. Cita a Coreia do Norte, sobre a qual afirma “o cidadão não tem voz, e é autoproclamada democracia”.  “Existe jogo de palavras com uso político, palavras capazes de explicar o poder são ignoradas”.

Ainda recorrendo ao material de George Orwell, cita seis dicas deste em relação a escrita. “Nunca usar a mesma metáfora; cuidar no uso de palavras longas e curtas; cortar palavras; não usar voz passiva quando se pode usar a voz ativa; evitar estrangeirismos; e quando necessário quebrar qualquer uma dessas regras”. Ao que ele fala em cortar palavras, sua colega Ana Maria Machado sai do silêncio e comenta sobre essa ação, mas cita Carlos Drummond de Andrade: “escrever é cortar palavras”.

Após isto, ela prossegue. “Substituição de material pétreo do palácio Capanema;  vão trocar as pedras. Em um currículo escolar, há uma atividade lúdica de psicomotricidade aquática, com pedido para que as crianças levem trajes de banho. É um banho de mangueira.” Ela conta uma situação em que um menino queria aprontar com outro, e descobriu o calcanhar de acrílico do alvo.

Silio Boccanera comenta uma manchete. “O Papa vai fazer vários santos – ele vai canonizar uns três”. Ana Maria Machado conta o olhar de um francês sobre o Brasil, que ficou impressionado com a maneira pela qual situações cotidianas são explicadas : “ele acha estranho [as pessoas falarem] ‘o sistema caiu’ ”. Caiu aonde? , ela acrescenta, irreverente. Ao encerramento da sessão, dividida entre o enfoque jornalístico de Boccanera e do tom involuntariamente cômico de Machado, um olhar pela plateia revelou que ninguém caiu. Mas se fosse uma pessoa, a língua portuguesa, tão atingida por vícios e enganos, teria de ficar longe das janelas antes que alguém a defenestrasse. 

Do ‘racionalismo’ ao projeto existencial – Cristóvão Tezza no Litercultura 2013

Um Operário em Férias, coletânea de uma centena de crônicas publicadas na Gazeta do Povo desde que seu autor tornou-se cronista, é dividido em sete partes, em referência ao Poema de Sete Faces de Carlos Drummond de Andrade. Christian Schwartz, organizador da citada reunião e mediador da quinta sessão no Litercultura 2013, em 17 de agosto de 2013, menciona o nome de uma das divisões de Operário – Viagens pela Leitura, e pergunta a Cristóvão Tezza, seu autor, sobre a formação deste como leitor.

“É como se o mundo parasse na escrita”, afirma Tezza, para quem a escrita é “um mundo que não tem propriamente retorno”. Para ele, há esta “representação da realidade, como se o encontro não fosse o suficiente”.

Cristóvão cita três autores fundamentais em seu amadurecimento: Monteiro Lobato, a quem chama de iluminista e essencialmente racionalizante; Julio Verne, com o ideário tecnológico e as claras noções de bem e mal; e Arthur Conan Doyle, cuja personagem Sherlock Holmes também representa o predomínio da razão.


“Muito do que a gente é depende de algumas leituras”, afirma. Do ‘racionalismo’ que o influenciou no passado, transita para outros terrenos – “o projeto de escritor já estava inserido no projeto existencial”. Porém, ele não viaja para tal fala, apenas a transfere para a leitura. “Não há discurso que dê conta de questões existenciais, mas a literatura pode fazer isso”. 

A identidade de uma Biblioteca – Miguel Sanches Neto no Litercultura 2013

“Eu estudei para ser padre, fui aprendiz de tipógrafo... o seu livro é autobiográfico em relação a mim” – foi com tal fala que Sidney Rocha abriu a terceira sessão do Litercultura, em 17 de agosto de 2013, na qual mediou uma conversa com Miguel Sanches Neto. Rocha se referiu a Máquina de Madeira, último livro de Sanches Neto, cujo protagonista é padre e inventa um protótipo da máquina de escrever; ambientado no Brasil rural e escravocrata da era colonial, entre as possíveis interpretações a partir de Máquina, está a formação de identidade – tanto da referida personagem, que persistiu nesta invenção, quanto do país.

“A leitura é a base de tudo, o escritor é filho do leitor”, diz Miguel. “A leitura é minha identidade, porque vim de uma família que não tinha livros”. O escritor conta que, quando estudante do ensino fundamental, houve uma ocasião em que se desentendeu com um colega de classe e acertou-lhe um soco. O ‘castigo’ foi uma estadia na biblioteca, e posteriormente o leitor passou a crítico literário e escritor.

Sidney questiona como são as leituras do ex crítico (Sanches Neto manteve uma coluna na Gazeta do Povo de 1993 a 2012), e este responde que as divide em frias e quentes. “As leituras frias, pragmáticas, ou leituras de desmontagem. São informativas, [servem] para recolher material para determinado personagem, para compreensão do mecanismo narrativo”, explica.

A outra classificação de leitura é chamada ‘quente’. “São as grandes leituras, dos irmãos de alma. Quando leio esses autores, aqueles autores me leem, é uma leitura que modifique ou intensifique minha maneira de ser”, afirma Miguel. “O leitor é a soma de todos os livros que leu, nós somos uma biblioteca”.

Rocha comenta sobre a literatura como máquina de replicar discursos, o que pode ser interpretado tanto como referência ao citado livro quanto a uma ‘função’ da escrita; e pergunta ao convidado como é o processo de escrita. Este responde que a escrita é “ato de juntar, escolher [palavras], ato que nos coloca no lugar do outro. Quanto mais eu leio, mais estou experimentando-me noutra identidade”.

O mediador questiona – “o que significa para o leitor saber o que o escritor leu?”. Por resposta, ele e plateia ouvem que é como se o leitor pudesse compartilhar a mesma experiência de leitura ao saber e ler o que um escritor leu, e também que é como se o leitor quisesse ser um pouco quem admira.

Esta admiração se origina, em parte, não apenas no conteúdo da obra de um escritor, mas também em declarações destes sobre os atos de escrita e leitura. Sidney Rocha pergunta se Miguel Sanches Neto acredita na literatura como algo salvador, e a resposta deste é que, ao viajar, têm-se as sensações dos livros. O convidado exemplifica que, ao se ler sobre um cheiro, ou local, e depois ter contato com ele, é como se o leitor já conhecesse aquilo, porque há o contato por meio da leitura e “depois o reconhecimento na realidade”. “A vida há na realidade no que em mim são apenas sensações, como se fossem ‘senhas’ de relacionamento com a sociedade”. Entre leituras, reconhecimentos e sensações, forma-se uma identidade. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

“Eu não funciono” - a mecânica da escrita de Gonçalo Tavares - Litercultura 2013

O mediador Flávio Stein começa a segunda sessão do Litercultura, na Sociedade Garibaldi, na tarde de 17 de agosto de 2013, se valendo de comparação semelhante a que Mario Helio fez quando apresentou Alberto Manguel durante a primeira sessão, na noite anterior: a vantagem de se apresentar um grande autor é não precisar apresentá-lo.  Sem olhar para Stein, o convidado passeia calmamente com uma caneta por um caderno.

Uma personagem se põe a “aproveitar para se concentrar mentalmente nas suas investigações geométricas”, de acordo com leitura de um trecho de O Senhor Brecht; como se buscasse algum silêncio para atividade em particular. Stein pergunta a Gonçalo Tavares como ocorre o diálogo entre diversas vozes em seus livros. O escritor comenta sobre o que chamou transição literária, que se dá a partir do diálogo com outras vozes – as dos escritores que vieram antes.

“Todos os que escrevem não devem ter a ilusão de que somos os primeiros escritores do mundo”. Tavares menciona Fiódor Dostoiévski, e enfatiza: “se não soubermos o que ele escreveu, é como se estivéssemos a escrever na época dele”. Cita a epopeia, em especial a de Camões, e completa : “Olhar para o que foi feito como algo ultrapassado é ideia de quem não tem imaginação”. O diálogo do autor de Jerusalém com obras do passado é ousado, pois “escrevo para resgatar a marca do ultrapassado, o antigo é que muitas vezes nos surpreende”.

Gonçalo diz considerar a própria escrita fria, e não é “grande entusiasta de surpresas”, as considera “qualquer coisa que tenha duração mínima, nada morre mais rapidamente que uma surpresa”. A despeito desta fala, ele as pronuncia sem exagero ou raiva, em um tom de voz tranquilo. Seu diálogo com as obras do passado não é em tom de nostalgia, e somado a essa falta de gosto por surpresas (“nos meus romances está claro quem morreu e quem matou”), fazem parte do que ele preza- “gosto da ideia de que a pessoa leia e sinta”.

Mas o que é exatamente o que Gonçalo Tavares aprecia? Flávio Stein pergunta como funciona a ‘máquina [de escrever]’ Tavares, mas não há resposta direta de imediato. O escritor comenta como as máquinas entraram em nosso vocabulário, em destaque ao termo funcional – “funcional é algo que vem das máquinas e não dos homens; quando estamos a dizer que alguém está mal dizemos que ele não funciona bem”.

Mas ele retorna rápido – “em resposta a sua pergunta, eu não funciono”. Otimista, afirma que “escritor é quem escreve, publicação é outra coisa”. Neste ‘não funcionamento particular’, escreveu muito dos 18 aos 30 anos, mas não se preocupou em ter algo publicado antes dos 30. Quando manda algo para avaliação, é sempre após quatro ou cinco anos após a primeira versão.

E este processo de escrita, que Tavares diz ser hipnótico, é algo próximo a um duelo entre dois objetos.  “A janela e a cadeira são inimigas” – como se o mundo ‘lá fora’ [da escrita] gritasse mais alto que a necessidade de escrever. “É impossível fazer algo com tanta densidade sendo interrompido”, afirma. A despeito desta exigência, Tavares diz que “o mais difícil é sentar [para escrever]”.


O juízo crítico de Gonçalo é exposto novamente ao responder outra pregunta de Flávio Stein – se a literatura pode mudar essa “realidade da máquina”. “Um livro não resolve”,  ele começa, “mas [acredito que] muitos resolvem”; “a pessoa que lê fica mais lucida”. Relacionando a já mencionada ideia do autor, de que aprecia o sentimento do leitor, encontra-se explicação quando ele emenda que “ a lucidez pode ser interpretada por um momento durante a leitura em que a pessoa [está lendo e] levanta a cabeça, como se aquilo a tivesse impactado”.  E ele diz não funcionar. 

domingo, 18 de agosto de 2013

Contadores de Filmes – Conversa entre Amigos no Litercultura 2013

Mochilas são extensões portáteis das pessoas. Uma olhada quando seus donos pausam o andar, próximos a entrada de salas, faculdades, empresas, bibliotecas ou quaisquer outros locais e tiram algo delas, e pode-se imaginar que vida e histórias a pessoa leva consigo nas costas.

No auditório da Sociedade Garibaldi, um homem leva sua mochila até o palco, e enquanto tira seu conteúdo e o põe no chão, fala para a plateia a sua frente. “Este aqui foi indicação de um amigo, uma outra pessoa me recomendou O Estrangeiro [de Albert Camus] e um outro", e segue contando de suas últimas leituras, a pilha de livros próxima a seu pé direito.

E assim Marcelo Almeida começa uma sessão do Conversa Entre Amigos, programa de incentivo a leitura de sua criação. O grupo lê um livro e se encontra para dialogar sobre a obra, ocasionalmente na presença do autor. Laurentino Gomes, Carola Saavedra e Mia Couto estão entre os autores cuja produção foi debatida pelos participantes, que também se reuniram para conversar sobre As Brasas, de Sándor Márai.

Naquela manhã de 17 de agosto de 2013, o Conversa estava incluso na programação do Litercultura, cuja pré-estreia foi em abril, com a vinda de John Maxwell Coetzee, autor de Desonra, Infância de Jesus e Homem Lento, e este foi lido pelo referido grupo. E o livro em questão era A Contadora de Histórias, de Herman Riviera Letelier.

Almeida conta sua impressões acerca da história, que considerou “tocante”; comenta sobre as personagens da família da protagonista, todos com nomes iniciados pela letra eme, e outros detalhes. Os livros da pilha a seus pés estão visualmente fechados, mas em um notavam-se visíveis sinais de manuseio: capa parcialmente aberta, páginas que insistiam em não ficarem fechadas após a leitura, seu dono o pega e lê para o público. Escolhe um trecho no qual o pai da protagonista diz “não me falem dessa sirigaita”, ao se referir a esposa que o abandonara, e se tranca em um quarto por horas a fio.

Menções a trecho e outro, abre espaço para que os participantes contem as próprias histórias a partir da história. Uma mão levantada em um canto da plateia, uma mulher conta que, durante a leitura, lembrou-se dos antigos permanentes – quando a pessoa comprava um ingresso para o cinema, e tinha direito a assistir uma série de filmes no local.

Outra senhora fala, a voz audível mesmo sem microfone, e relata que o livro a remeteu a infância. Morava em uma cidade interiorana, e o cinema era o principal – e único – lazer. Não apenas pelos filmes, mas o local também sediava outras atividades, concursos de miss e teatro entre elas. Porém, com a chegada da televisão, gradativamente o cinema perdeu o posto, e os habitantes passaram a frequentar as casas de quem possuía a então novidade.


De impressão a outra dos que pedem a voz, observa-se a essência do programa. Um diálogo livre, tanto quem se identificou com todo ou parte da ficção e até quem não gostou do livro analisado pode falar, diretamente sobre o enredo em si ou sobre uma lembrança ocasionada pela leitura. De página a outra, acontece o Conversa entre Amigos.